Carioca de Botafogo, aos três anos veio morar em Santos juntamente com os pais Maria Luíza e José Guilherme, com as irmãs Stella, Regina Helena, Maria Lúcia e com o irmão Fernando Guilherme. Confessa, porém, que o coração bate forte sempre que visita a terra natal. Seguindo a tradição da família abraçou o magistério, tendo lecionado, por mais de quarenta anos, em escolas estaduais e particulares.
As impressões que conserva e nos conta dos acontecimentos mais significativos de sua vida mostram bem em que profundezas foram lançados os alicerces de sua formação ética e artística.
O pai, leitor assíduo, cioso de sua pequena biblioteca, abriu-lhe as portas. A leitora principiante encantou-se com o Tesouro da Juventude; um pouco depois, com José de Alencar, Júlio Diniz e outros, cujos romances românticos com desfecho feliz alimentavam-lhe os devaneios pueris.
Já na adolescência, aluna do Colégio São José, teve o privilégio de ser aluna de Dona Zulmira Campos, Patrona desta Academia, a quem descreve: “Professora rigorosa e justa na correção dos erros que, por vezes, suas alunas cometiam; punha as mãos na cintura e com semblante severo, fazia a chamada e, depois, a temível arguição. O respeitoso silêncio da sala de aula era quebrado pelas frases exclusivas de elogio ou de punição, que marcaram a mestra”.
No colegial, hoje, 2º Grau, foi aluna de Literatura da Professora Sra. Maria Helena Martins de Oliveira. A jovem docente forneceu subsídios para que suas alunas se tornassem leitoras perspicazes e sensíveis aos apelos e desafios do autor sedutor, que reconstrói a própria vida e a de seus semelhantes com a matéria delicada e ambígua da palavra.
Para concretizar o ideal de ser professora, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Sedes Sapientiae, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Dos professores, - todos de alto nível-, destaca dois que foram fundamentais para sua formação acadêmica. O Professor Antônio Soares Amora, com seu charme e sotaque levemente lusitano com que lia as cantigas trovadorescas e encantava as jovens universitárias. E com o professor Segismundo Spina, bastante rigoroso, a quem é grata, ela estudou os sonetos de Luís de Camões, para cuja análise recorreu ao professor de Filosofia, que lhe explicou a teoria do amor platônico.
Passados quatro anos, tendo às mãos o diploma de Licenciatura em Letras anglo-germânicas, estaria ela pronta para exercer a função docente? Julgava que não. O professor é um eterno aprendiz, ela afirma. Sendo assim, fez cursos de aperfeiçoamento, entre os quais destaca: Especialização em Semântica e curso de Especialização em Linguística, e ainda o curso “Estratégias de leitura”, todos promovidos pela Universidade Católica de Santos. Confessa que neste último, as aulas, ministradas pela Professora Doutora Benalva Vitório, ampliaram a noção de leitura, apresentando-a como um processo interativo: o momento do encontro mágico entre o leitor e o autor.
Maria Aparecida realizou importantes trabalhos - participou da XI Semana Fafiana, da UniSantos, em parceria com o Professor Paulo Fernando Campbell Franco com o tema: Conversas brasileiras: identidade nacional e literatura no Brasil Império; seu essencial e eficaz trabalho junto à Universidade Aberta da Terceira Idade (na UNISANTOS).
Há alguns anos, é participante do Conselho Editorial do jornal Liceu Santista em notícias; é membro da Equipe de Correção de redações do vestibular na Universidade Católica de Santos.
Em São Paulo, fez o curso de História da Arte, ministrado por Gilda Seráfico. A respeito do curso e da mestra, Maria Aparecida afirma: Com explicações claras, reveladoras de robusta cultura, Gilda abriu-me espaço para a leitura de obras de arte, em especial da arte moderna, em que a deformação artística atinge o ápice em nome da subjetividade e da superação dos limites convencionais, como atestam as pinturas inovadoras de Anita Malfatti, minha Patrona.
No dia 4 de março de 2016, na Sessão Magna de Posse, Maria Aparecida Esteves Martins foi saudada pela acadêmica Maria Edith Prata Real, que revelou testemunhos de ex-alunas da então recipiendária. Disse-nos: “nesta oportunidade, são seus ex-alunos que reconhecem e testemunham com igual gratidão a amizade, o respeito e a sua dedicação ao difícil mister do ensino do Latim, nossa língua mãe e ao ensino de nossa língua pátria, o português”. E prosseguiu, citando, dentre outros, os depoimentos das ex-alunas acadêmica Sylvia Maria Corrêa da Rocha Homem de Bittencourt, e da escritora Maria da Glória Pimentel Prata. De Sylvia Maria, ouvimos: Foi Cida, minha professora de Latim. Foi ela quem me deu a primeira dúzia de rosas ensinando-me a declinar: rosa, rosae, rosarum, rosis. Foi Cida quem me apresentou a face encantadora do magistério, o lado comprometido do profissionalismo, a fidelidade à docência. Maria da Glória assim se expressou: Cada vez que encontro a Professora Cida lembro-me imediatamente dos pronomes relativos: “qui, quae, quod” , e da delicada insistência dela em me ensinar.
Cadeira nº 06 -
Maria Aparecida Esteves Martins
Carioca de Botafogo, aos três anos veio morar em Santos juntamente com os pais Maria Luíza e José Guilherme, com as irmãs Stella, Regina Helena, Maria Lúcia e com o irmão Fernando Guilherme. Confessa, porém, que o coração bate forte sempre que visita a terra natal. Seguindo a tradição da família abraçou o magistério, tendo lecionado, por mais de quarenta anos, em escolas estaduais e particulares.
As impressões que conserva e nos conta dos acontecimentos mais significativos de sua vida mostram bem em que profundezas foram lançados os alicerces de sua formação ética e artística.
O pai, leitor assíduo, cioso de sua pequena biblioteca, abriu-lhe as portas. A leitora principiante encantou-se com o Tesouro da Juventude; um pouco depois, com José de Alencar, Júlio Diniz e outros, cujos romances românticos com desfecho feliz alimentavam-lhe os devaneios pueris.
Já na adolescência, aluna do Colégio São José, teve o privilégio de ser aluna de Dona Zulmira Campos, Patrona desta Academia, a quem descreve: “Professora rigorosa e justa na correção dos erros que, por vezes, suas alunas cometiam; punha as mãos na cintura e com semblante severo, fazia a chamada e, depois, a temível arguição. O respeitoso silêncio da sala de aula era quebrado pelas frases exclusivas de elogio ou de punição, que marcaram a mestra”.
No colegial, hoje, 2º Grau, foi aluna de Literatura da Professora Sra. Maria Helena Martins de Oliveira. A jovem docente forneceu subsídios para que suas alunas se tornassem leitoras perspicazes e sensíveis aos apelos e desafios do autor sedutor, que reconstrói a própria vida e a de seus semelhantes com a matéria delicada e ambígua da palavra.
Para concretizar o ideal de ser professora, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Sedes Sapientiae, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Dos professores, - todos de alto nível-, destaca dois que foram fundamentais para sua formação acadêmica. O Professor Antônio Soares Amora, com seu charme e sotaque levemente lusitano com que lia as cantigas trovadorescas e encantava as jovens universitárias. E com o professor Segismundo Spina, bastante rigoroso, a quem é grata, ela estudou os sonetos de Luís de Camões, para cuja análise recorreu ao professor de Filosofia, que lhe explicou a teoria do amor platônico.
Passados quatro anos, tendo às mãos o diploma de Licenciatura em Letras anglo-germânicas, estaria ela pronta para exercer a função docente? Julgava que não. O professor é um eterno aprendiz, ela afirma. Sendo assim, fez cursos de aperfeiçoamento, entre os quais destaca: Especialização em Semântica e curso de Especialização em Linguística, e ainda o curso “Estratégias de leitura”, todos promovidos pela Universidade Católica de Santos. Confessa que neste último, as aulas, ministradas pela Professora Doutora Benalva Vitório, ampliaram a noção de leitura, apresentando-a como um processo interativo: o momento do encontro mágico entre o leitor e o autor.
Maria Aparecida realizou importantes trabalhos - participou da XI Semana Fafiana, da UniSantos, em parceria com o Professor Paulo Fernando Campbell Franco com o tema: Conversas brasileiras: identidade nacional e literatura no Brasil Império; seu essencial e eficaz trabalho junto à Universidade Aberta da Terceira Idade (na UNISANTOS).
Há alguns anos, é participante do Conselho Editorial do jornal Liceu Santista em notícias; é membro da Equipe de Correção de redações do vestibular na Universidade Católica de Santos.
Em São Paulo, fez o curso de História da Arte, ministrado por Gilda Seráfico. A respeito do curso e da mestra, Maria Aparecida afirma: Com explicações claras, reveladoras de robusta cultura, Gilda abriu-me espaço para a leitura de obras de arte, em especial da arte moderna, em que a deformação artística atinge o ápice em nome da subjetividade e da superação dos limites convencionais, como atestam as pinturas inovadoras de Anita Malfatti, minha Patrona.
No dia 4 de março de 2016, na Sessão Magna de Posse, Maria Aparecida Esteves Martins foi saudada pela acadêmica Maria Edith Prata Real, que revelou testemunhos de ex-alunas da então recipiendária. Disse-nos: “nesta oportunidade, são seus ex-alunos que reconhecem e testemunham com igual gratidão a amizade, o respeito e a sua dedicação ao difícil mister do ensino do Latim, nossa língua mãe e ao ensino de nossa língua pátria, o português”. E prosseguiu, citando, dentre outros, os depoimentos das ex-alunas acadêmica Sylvia Maria Corrêa da Rocha Homem de Bittencourt, e da escritora Maria da Glória Pimentel Prata. De Sylvia Maria, ouvimos: Foi Cida, minha professora de Latim. Foi ela quem me deu a primeira dúzia de rosas ensinando-me a declinar: rosa, rosae, rosarum, rosis. Foi Cida quem me apresentou a face encantadora do magistério, o lado comprometido do profissionalismo, a fidelidade à docência. Maria da Glória assim se expressou: Cada vez que encontro a Professora Cida lembro-me imediatamente dos pronomes relativos: “qui, quae, quod” , e da delicada insistência dela em me ensinar.
Patrona - Anita Malfatti