Cadeira nº 04 -
Elizabeth Aparecida Souza Apolinário Lins
(extraído do discurso de apresentação da acadêmica Dra. Sílvia Ângela Teixeira Penteado)
Nasceu em Santos, em 1957. Nesse tempo, na Av. São Francisco, ela brincava nos pátios e casarões e assistia às transformações sociais de nossa cidade.
Para filha única do casal Maria da Conceição e Edósio, estas imagens de infância tiveram importância na formação do caráter, pois delas extraiu a coragem e o amor de família, a resistência da exploração do homem pelo homem e o sentido da solidariedade.
Do pai, trabalhador da estiva, herdou energia e dinamismo, esse se agarrar ao chão onde pisa, um fincar-se, ao mesmo tempoem que se largae se entrega a desafios invisíveis.
Da mãe, herdou a simplicidade, o elevado equilíbrio espiritual, o gesto humano, quase terno, com que constrói as pequenas e grandes realizações para a comunidade, nos dias vividos e nos que restam por viver.
A ternura do passado cresce, aprofunda-se, expande-se, quando se lembra de ser levada pelas mãos dos pais ao Santa Cecília, na Rodrigues Alves, onde foi matriculada bem pequenina.
Entre as recordações escolares, surgem as figuras de tantos mestres, em especial Marilisa e sua inesquecível bandinha, o companheirismo dos amigos fiéis de infância e adolescência, o bolo de fubá das quermesses, as festas do Jardim ao 3º Colegial. Será que alguma criança amou mais o Santa Cecília do que ela?
Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santos, fazendo cumprir a face luminosa de sua verdadeira vocação.
Primeira mulher na Baixada Santista a assumir um plantão policial, chefiando a Equipe E do 3º Distrito Policial de Santos, em 1986, iniciou sua carreira como Delegada de Polícia depois de aprovação em concurso público de provas e títulos e curso de formação técnico profissional na Academia de Polícia.
Especializada em Políticas de Segurança Pública pela PUC-SP e Segurança Pública e Justiça Criminal pela ACADEPOL- Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo, no Curso Superior de Polícia, realizou cursos e estudos diversos naquela Academia, além de outrostantos cursos de extensão universitária e intercâmbios institucionais.Foi Professora concursada na ACADEPOL, cadeira de Polícia Comunitária.
Ministrou diversas conferências em reuniões científicas, educacionais e de cultura, em especial com a temática de Direitos Humanos – membro que é do Centro de Direitos Humanos e Segurança Pública Dr. Celso Vilhena Vieira – e outros temas de interesse jurídico e social, além da atuação também em campanhas comunitárias na região e no país.
Em seus diversos passos profissionais, como titular da Primeira Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, primeira mulher a ocupar os cargos de delegada assistente da Delegacia Seccional, Delegacia Regional, Departamento de Polícia Judiciária de Santos, o ideal de justiça é a bússola permanente de sua ação, um instrumento que transforma e não pode ter uso perverso.
Desenvolve a noção de que a cidadania deve ser para todos, no avanço das chamadas minorias, contribuindo para a mudança de patamar dos direitos de mulheres e homens. Uma transformação nos modos de organizar o conceito e as práticas, na auto-percepção e na percepção social do ser humano.
Em sua carreira progressivamente rápida e seu pioneirismo, também foi a primeira mulher a assumir a titularidade da Delegacia de Polícia do Porto de Santos, primeira mulher a ocupar o cargo de Divisionária da Administração e depois Divisionária da Assistência Polícial do Departamento de Polícia do Interior 6 – Santos.
Aposentou-se em 2019, na Classe Especial, após responder como primeira mulher Diretora daquele Departamento, cuja abrangência policial compreende toda a Baixada Santista e Vale do Ribeira.
Vivendo uma agenda com participação popular efetiva articulada com diversos atores e instituições, onde o Estado recupera seu papel de realizar o bem comum, foi, muitas vezes, reconhecida por setores públicos e privados, no âmbito regional e de repercussão nacional e internacional.
Atuando em diversos movimentos e clubes de servir, foi presidente do Clube Soroptimista Internacional de Santos e do Centro de Voluntários de Santos. É membro fundadora da SOAPOCI – Associação dos Amigos da Polícia Civil, e sócia do MAF- Movimento de Arregimentação Feminina de Santos. Ocupa atualmente na diretoria da Academia Feminina de Ciências, Letras e Artes de Santos (AFCLAS) a função de 2ª Secretária. De sua experiência no magistério, inclui-se o período em que lecionou Criminologia na Escola de Formação de Soldados da Polícia Militar. Recorda-se, com profunda emoção, do carinho de seus alunos da Universidade Aberta para a Terceira Idade (UNISANTOS) e das homenagens que lá recebeu. Entretanto, essa história, onde muito mais há de acontecer, não pode encerrar a narrativa aqui: necessário contar que aquela menina aprendeu, mãos dadas com seu pai, a caminhar à beira-mar, e cresceu ouvindo de sua mãe que tudo é possível quando se agradece a Deus.
A mulher desta mesma história realizou o primeiro amor em seu casamento. Teve, depois, a chance de conhecer o amor maduro e companheiro no segundo casamento, que lhe trouxe três lindos e amorosos enteados e, ao final, lhe presenteou com o grande tesouro: Nicole e Arthur, netos moldados na alma e no coração, desde sempre esperados.
E por eles, com eles e para eles tudo continuará, banhado pelo mar de Santos, sua terra-mar, como gosta de repetir, ou pelos cantos do mundo, sempre agradecendo a Deus, onde vai aprender uma vida melhor em que os direitos civis, políticos, sociais e culturais marchem ligados uns aos outros e efetivados socialmente.
Cadeira nº 04 -
Elizabeth Aparecida Souza Apolinário Lins
(extraído do discurso de apresentação da acadêmica Dra. Sílvia Ângela Teixeira Penteado)
Nasceu em Santos, em 1957. Nesse tempo, na Av. São Francisco, ela brincava nos pátios e casarões e assistia às transformações sociais de nossa cidade.
Para filha única do casal Maria da Conceição e Edósio, estas imagens de infância tiveram importância na formação do caráter, pois delas extraiu a coragem e o amor de família, a resistência da exploração do homem pelo homem e o sentido da solidariedade.
Do pai, trabalhador da estiva, herdou energia e dinamismo, esse se agarrar ao chão onde pisa, um fincar-se, ao mesmo tempoem que se largae se entrega a desafios invisíveis.
Da mãe, herdou a simplicidade, o elevado equilíbrio espiritual, o gesto humano, quase terno, com que constrói as pequenas e grandes realizações para a comunidade, nos dias vividos e nos que restam por viver.
A ternura do passado cresce, aprofunda-se, expande-se, quando se lembra de ser levada pelas mãos dos pais ao Santa Cecília, na Rodrigues Alves, onde foi matriculada bem pequenina.
Entre as recordações escolares, surgem as figuras de tantos mestres, em especial Marilisa e sua inesquecível bandinha, o companheirismo dos amigos fiéis de infância e adolescência, o bolo de fubá das quermesses, as festas do Jardim ao 3º Colegial. Será que alguma criança amou mais o Santa Cecília do que ela?
Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santos, fazendo cumprir a face luminosa de sua verdadeira vocação.
Primeira mulher na Baixada Santista a assumir um plantão policial, chefiando a Equipe E do 3º Distrito Policial de Santos, em 1986, iniciou sua carreira como Delegada de Polícia depois de aprovação em concurso público de provas e títulos e curso de formação técnico profissional na Academia de Polícia.
Especializada em Políticas de Segurança Pública pela PUC-SP e Segurança Pública e Justiça Criminal pela ACADEPOL- Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo, no Curso Superior de Polícia, realizou cursos e estudos diversos naquela Academia, além de outrostantos cursos de extensão universitária e intercâmbios institucionais.Foi Professora concursada na ACADEPOL, cadeira de Polícia Comunitária.
Ministrou diversas conferências em reuniões científicas, educacionais e de cultura, em especial com a temática de Direitos Humanos – membro que é do Centro de Direitos Humanos e Segurança Pública Dr. Celso Vilhena Vieira – e outros temas de interesse jurídico e social, além da atuação também em campanhas comunitárias na região e no país.
Em seus diversos passos profissionais, como titular da Primeira Delegacia de Defesa da Mulher de Santos, primeira mulher a ocupar os cargos de delegada assistente da Delegacia Seccional, Delegacia Regional, Departamento de Polícia Judiciária de Santos, o ideal de justiça é a bússola permanente de sua ação, um instrumento que transforma e não pode ter uso perverso.
Desenvolve a noção de que a cidadania deve ser para todos, no avanço das chamadas minorias, contribuindo para a mudança de patamar dos direitos de mulheres e homens. Uma transformação nos modos de organizar o conceito e as práticas, na auto-percepção e na percepção social do ser humano.
Em sua carreira progressivamente rápida e seu pioneirismo, também foi a primeira mulher a assumir a titularidade da Delegacia de Polícia do Porto de Santos, primeira mulher a ocupar o cargo de Divisionária da Administração e depois Divisionária da Assistência Polícial do Departamento de Polícia do Interior 6 – Santos.
Aposentou-se em 2019, na Classe Especial, após responder como primeira mulher Diretora daquele Departamento, cuja abrangência policial compreende toda a Baixada Santista e Vale do Ribeira.
Vivendo uma agenda com participação popular efetiva articulada com diversos atores e instituições, onde o Estado recupera seu papel de realizar o bem comum, foi, muitas vezes, reconhecida por setores públicos e privados, no âmbito regional e de repercussão nacional e internacional.
Atuando em diversos movimentos e clubes de servir, foi presidente do Clube Soroptimista Internacional de Santos e do Centro de Voluntários de Santos. É membro fundadora da SOAPOCI – Associação dos Amigos da Polícia Civil, e sócia do MAF- Movimento de Arregimentação Feminina de Santos. Ocupa atualmente na diretoria da Academia Feminina de Ciências, Letras e Artes de Santos (AFCLAS) a função de 2ª Secretária. De sua experiência no magistério, inclui-se o período em que lecionou Criminologia na Escola de Formação de Soldados da Polícia Militar. Recorda-se, com profunda emoção, do carinho de seus alunos da Universidade Aberta para a Terceira Idade (UNISANTOS) e das homenagens que lá recebeu. Entretanto, essa história, onde muito mais há de acontecer, não pode encerrar a narrativa aqui: necessário contar que aquela menina aprendeu, mãos dadas com seu pai, a caminhar à beira-mar, e cresceu ouvindo de sua mãe que tudo é possível quando se agradece a Deus.
A mulher desta mesma história realizou o primeiro amor em seu casamento. Teve, depois, a chance de conhecer o amor maduro e companheiro no segundo casamento, que lhe trouxe três lindos e amorosos enteados e, ao final, lhe presenteou com o grande tesouro: Nicole e Arthur, netos moldados na alma e no coração, desde sempre esperados.
E por eles, com eles e para eles tudo continuará, banhado pelo mar de Santos, sua terra-mar, como gosta de repetir, ou pelos cantos do mundo, sempre agradecendo a Deus, onde vai aprender uma vida melhor em que os direitos civis, políticos, sociais e culturais marchem ligados uns aos outros e efetivados socialmente.
Patrona - Madre Alix Le Clerc