Nasci numa madrugada fria de final de agosto. Talvez por esse motivo tenha predileção por dias frios e nublados. Vejo beleza nas imagens mal contornadas pelo nevoeiro, o que me remete à intimidade e ao silêncio.
Tive uma infância feliz, no tempo em que se brincava de casinha, de pega-pega e de amarelinha antes de se ir à escola, que aliás foi uma pequena escola municipal de São Vicente, a Padre Leonardo Nunes. Minha primeira professora, dona Nadir, foi minha inspiração para optar pelo magistério, tal sua doçura para lidar com minha timidez e meus embaraços.
Veio a adolescência com outra influência: a da leitura paterna. Namorava os livros da Coleção Saraiva, de capas coloridas e títulos fascinantes. Foi nessa coleção que li meu primeiro Machado. Paixão à primeira vista.
Junto ao curso de piano com dona Dilce, fui para o ginásio, no Colégio Coração de Maria. Nos meus dez anos, tive o privilégio de poder ir sozinha para a escola, admirando lentamente (porque ia de bonde) as paisagens da praia do Gonzaguinha, do Itararé, José Menino e Gonzaga, de onde o bonde entrava pela Ana Costa até a Senador Feijó. Foi um período de grandes descobertas. Tive professoras inesquecíveis, como a Ana Maria, de Língua Portuguesa, dona Maria das Dores, de Francês e Wanda, de Inglês. Ao fim do ginásio, voltei a estudar em São Vicente, agora no Colégio Martim Afonso, onde fiz o Magistério.
Terminados os cursos de piano e o magistério, comecei a trabalhar como professora de Ensino Fundamental I, no SESI. Um ano depois, ingressei na Fafis, para cursar Letras. E meu mundo se abriu completamente. Era ali que eu queria estar e daqueles professores queria beber todos os ensinamentos possíveis.
Casei-me em 1972, tive três filhos e enviuvei aos 42 anos. Restou-me terminar de educar dois adolescentes e um menino de seis anos. Mergulhei no trabalho e, graças a isso, meus três filhos se formaram: Jornalismo, Rádio e TV e Administração.
Minha experiência no Magistério foi intensa: lecionei em vários colégios de Santos e, em 1990, fui convidada para lecionar no curso de Letras da UniSantos. Fiz Mestrado em Educação, pela UniSantos, especialização em Linguística, Curso de Extensão em Semântica e Curso de Pós-Graduação em Possibilidades de Leitura.
Neste percurso, fiz grandes amizades, conheci profissionais exemplares, assim como alunos de grande potencial, dos quais me orgulho muito.
Escrevi capítulos de dois livros, plantei algumas árvores e tive três filhos. Ouso acrescentar que: ainda leio muito, amo viajar e rabisco textos que só eu leio. Para terminar: amo a música.
Cadeira nº 29 -
Elita Argemon
Nasci numa madrugada fria de final de agosto. Talvez por esse motivo tenha predileção por dias frios e nublados. Vejo beleza nas imagens mal contornadas pelo nevoeiro, o que me remete à intimidade e ao silêncio.
Tive uma infância feliz, no tempo em que se brincava de casinha, de pega-pega e de amarelinha antes de se ir à escola, que aliás foi uma pequena escola municipal de São Vicente, a Padre Leonardo Nunes. Minha primeira professora, dona Nadir, foi minha inspiração para optar pelo magistério, tal sua doçura para lidar com minha timidez e meus embaraços.
Veio a adolescência com outra influência: a da leitura paterna. Namorava os livros da Coleção Saraiva, de capas coloridas e títulos fascinantes. Foi nessa coleção que li meu primeiro Machado. Paixão à primeira vista.
Junto ao curso de piano com dona Dilce, fui para o ginásio, no Colégio Coração de Maria. Nos meus dez anos, tive o privilégio de poder ir sozinha para a escola, admirando lentamente (porque ia de bonde) as paisagens da praia do Gonzaguinha, do Itararé, José Menino e Gonzaga, de onde o bonde entrava pela Ana Costa até a Senador Feijó. Foi um período de grandes descobertas. Tive professoras inesquecíveis, como a Ana Maria, de Língua Portuguesa, dona Maria das Dores, de Francês e Wanda, de Inglês. Ao fim do ginásio, voltei a estudar em São Vicente, agora no Colégio Martim Afonso, onde fiz o Magistério.
Terminados os cursos de piano e o magistério, comecei a trabalhar como professora de Ensino Fundamental I, no SESI. Um ano depois, ingressei na Fafis, para cursar Letras. E meu mundo se abriu completamente. Era ali que eu queria estar e daqueles professores queria beber todos os ensinamentos possíveis.
Casei-me em 1972, tive três filhos e enviuvei aos 42 anos. Restou-me terminar de educar dois adolescentes e um menino de seis anos. Mergulhei no trabalho e, graças a isso, meus três filhos se formaram: Jornalismo, Rádio e TV e Administração.
Minha experiência no Magistério foi intensa: lecionei em vários colégios de Santos e, em 1990, fui convidada para lecionar no curso de Letras da UniSantos. Fiz Mestrado em Educação, pela UniSantos, especialização em Linguística, Curso de Extensão em Semântica e Curso de Pós-Graduação em Possibilidades de Leitura.
Neste percurso, fiz grandes amizades, conheci profissionais exemplares, assim como alunos de grande potencial, dos quais me orgulho muito.
Escrevi capítulos de dois livros, plantei algumas árvores e tive três filhos. Ouso acrescentar que: ainda leio muito, amo viajar e rabisco textos que só eu leio. Para terminar: amo a música.
Patrona - Magdalena Tagliaferro